terça-feira, 4 de outubro de 2011

O Homem do Futuro




Wagner Moura, Aline Moraes, uma boa história e um eterno hit, do sempre ídolo Renato Russo, como plano de fundo, são ingredientes de uma fórmula vitoriosa. O longa “O homem do futuro”, escrito e dirigido por Cláudio Torres (o mesmo de O Redentor e Mulher Invisível), foi mais um grande acerto do cinema nacional. Mistérios eternamente transcendentais à questão humana como viagem no tempo e as consequências dessa, no caso não tão impossível, empreitada, são tratados com uma leveza surreal e pitadas doces de romance, além de nuances comedidos de humor. Um festival de não exageros e bom gosto.

O filme conta a historia do físico Zero (interpretado, brilhantemente, pelo Wagner Moura), que ao tentar desenvolver uma máquina que acelera partículas e gera energia, acaba criando um buraco negro que interfere no tempo e no espaço e possibilita que ele volte no tempo. Desde sempre apaixonado por Helena (Aline Moraes), ele volta para o exato momento em que foi humilhado, publicamente, por toda a galera e, inclusive, pelo seu amor. Ao impedir esse acontecimento e mudar a ruína solitária que sua vida tinha se tornado desde essa desilusão, ele acaba alterando o futuro. Vinte anos depois, tinha se tornado um cara poderoso, fútil, mau caráter, traidor de amigos e principalmente, tinha perdido o amor da sua vida, Helena. Ao se dar conta do estrago que tinha feito, volta, mais uma vez, para tentar impedir que a sua versão mais velha se intrometa no curso natural das coisas.


O momento de convergência das três versões de Zero, foi uma festa da universidade que ocorreu em 1991, onde ele canta com sua, então namorada Helena, a música Tempo Perdido. Você começa odiando a personagem dela, que se tornou uma famosa modelo, mas, no final, acaba baixando a guarda e se apaixonando também. As atuações de Fernando Ceylão (o Otávio), Maria Luísa Mendonça (a sandra) e Gabriel Braga Nunes (Ricardo), também merecem destaque neste, que considero, um épico do cinema pop nacional contemporâneo. Sem contar no primor que são os efeitos visuais, dignos de Hollywood. Há quem diga que o enredo lembre o filme Efeito Borboleta, mas quer saber? O filme é mais, diz mais, provoca mais e a gente, como consequência, sente mais.

Um misto de boas risadas, torcidas e arrepios, causados pela cena em que eles cantam “tempo perdido”, são uma constante durante o filme. O mundo pareceu mais belo e aquela sensação de que no fim tudo pode dar certo é o tempero de uma irreal realidade que nem o, inexorável, tempo pode atingir. Afinal, como diz a canção, somos tão jovens, não é verdade? É belo pensar que aquele que poderia mudar o mundo, não o fez em motivo de uma razão maior, de um amor maior!
Gente, eu recomendo que todos façam essa mesma viagem e tirem as suas próprias conclusões sobre “O Homem do Futuro”. Uma boa história de amor e ficção científica, pitadas de humor, talento brazuca na tela e Renato Russo amarrando a mensagem através dessa incrível canção, só poderiam dar em samba. Agora me encontro em casa, comendo chocolate, escutando “tempo perdido” e agradecido por termos um Wagner Moura dentre os artistas brasileiros. Muita paz e música para todos. É hora de voar e tempo de sonhar...

Então me abraça forte e diz mais uma vez que já estamos distantes de tudo, temos nosso próprio tempo!